quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

DISCURSO DE ODÚLIO BOTELHO, NA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL, EM HOMENAGEM AO AMÉRICA FUTEBOL CLUBE, EM 16-01- 2015.



ODÚLIO BOTELHO

Em Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015 13:02,
 Odúlio Botelho Medeiros escreveu: 
Confira na íntegra o discurso proferido pelo conselheiro e vice presidente do América, Odúlio Botelho Medeiros, na solenidade comemorativa aos 94 anos do América Futebol Clube, realizada na Câmara Municipal de Natal por proposição do Vereador Hermano Morais, no dia 17 de julho de 2009. Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Natal.

 Quis a benevolência, a amizade e o gesto hermano do Presidente do América, o Des. Federal Dr. José Vasconcelos da Rocha, este eminente homem público e guardião-mor das coisas do nosso Clube, que eu, com todos os créditos que alcançam uma sólida amizade alongada pelo tempo, ousasse de vir a presença desta Casa Legislativa, também distinguida como a Casa do Povo de Natal, para, em nome da gloriosa Instituição do Esporte Potiguar , dirigir aos senhores vereadores uma palavra de agradecimento precisamente nesta memorável Sessão Solene em homenagem aos 94 anos de Fundação do América Futebol Clube, proposta pelo dinâmico vereador HERMANO MORAIS, Conselheiro do América e benfeitor das cores alvirubras. Desnecessário dizer que aceitei a honrosa deferência do Presidente com simplicidade, sim, mas com justo orgulho, tal a magnitude deste festivo evento. Ditas essas palavras preambulares, necessário se torna que se voltem as nossas atenções para uma síntese da trajetória da Instituição ao longo do tempo e do espaço. Enumera o Estatuto do Clube no seu artigo 1 que: “O América Futebol Clube, neste Estatuto chamado AMÉRICA é uma sociedade civil, de duração indeterminada, fundada em 14 de julho de 1915, nesta cidade do Natal, capital do Rio Grande do Note, onde tem sede e foro, com personalidade distinta dos seus associados, os quais não respondem pelas obrigações por ela contraídas”. E o seu parágrafo único disciplina, “O AMÉRICA tem por finalidades: I. desenvolver a educação física e a prática dos desportes em todas as suas modalidades; II. promover reuniões, festas e conclaves de caráter social, recreativo, cultural e cívico; III. sempre que possível, estimular movimentos de caráter educativo(...)” E justamente em atenção a esse estímulo de caráter educativo é que a atual gestão fez criar o seu Departamento Cultural, tendo abrigado em seus salões de festas os lançamentos dos seguintes livros: “CLAMBOM- Um Clube em Defesa da Boa Música”, idealizado pelo decano do jornalismo do Estado Raimundo Ubirajara de Macedo; “TRAÇOS E PERFIS DA OAB/RN - Criação e História, Vitórias e Derrotas”, de autoria do Advogado e Professor Carlos Roberto de Miranda Gomes; “CONSELHO DE PAI” – excelente livro de poesia e de lição de vida do Magistrado do Trabalho, Joaquim Sílvio Caldas, e , mais recentemente, em grande acontecimento sócio-cultural, foi lançado o livro do Prof. e Advogado Eyder Furtado, denominado no “FORUM DA MEMÓRIA”. O América abriga no seu quadro social número ilimitado de sócios, sem distinção de naturalidade, cor, sexo, credo político ou religioso, nos termos do art. 2 do Estatuto. Mas, Senhores Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, necessário se torna que se narre um pouco da história do Clube desde o seu nascedouro: foi fundado, como já é do conhecimento de todos os presentes no dia 14 de julho de 1915, na residência do Juiz de Direito Joaquim Homem de Siqueira, localizada na rua Vigário Bartolomeu, na cidade-alta, em Natal. Seu primeiro presidente foi o amazonense FRANCISCO LOPES DE FREITAS. Fato curioso que merece comentário é que as cores iniciais do time de futebol eram azul e o branco e não o vermelho e o branco, cores atuais de suas vestes. Colhe-se das informações transmitidas pelo SITE oficial do América, que a oficialização jurídica precede de um fato curioso: segundo difundida versão, o então Coronel Júlio Canavarro de Negreiros Melo, no dia 3 de junho de 1918, furou a única bola do time, que se prestava para o treino e os jogos da equipe. Em face disso, foi necessária a regularização da entidade, obrigada a registrar no dia 3 de julho, no Primeiro Ofício de Natal, o documento de criação do América, firmado pelo então Presidente Osvaldo da Costa Pereira. Sabe-se que os primeiros atletas do América moravam no bairro da cidade-alta e que o benemérito da época, Aguinaldo Tinôco, também um dos seus fundadores, é quem matinha as despesas decorrentes do futebol, acumulando esse ônus-financeiro com o prazer de ser um bom zagueiro do time e o seu capitão. Como se pode observar, era o “dono do time”. É impossível falar das coisas do América, nesta oportunidade, sem elencar os nomes dos seus fundadores, por uma questão de preito de gratidão. Há duas versões sobre o número exato dos fundadores: uma corrente inclina-se por 25 fundadores. Outra, alarga esse número para 34. Sendo assim, vamos enumerá-los mais amplamente, sendo esses os fundadores: Abel Viana; Agnaldo Câmara; Agnaldo Fernandes de Oliveira; Agnaldo Tinoco; Aníbal Ataliba; Antônio Braga Filho; Antônio da Rocha Silva (Bidó); Antônio Trigueiro; Armando da Cunha Pinheiro; Augusto Servita Pereira de Brito; Arary da Silva Brito; Clodoaldo Bakker; Caetano Soares Ferreira; Carlos d eLaet; Carlos Fernandes Barros; Carlos Homem de Siqueira; Clóvis Fernandes Barros; Clínio Benfica; Francisco Reis Lisboa; Francisco Lopes Teixeira (1 Presidente); Francisco Pereira de Paula; Getúlio Soares Ferreira; José Artur dos Reis Lisboa; José Lopes Teixeira; João Batista Foster Gomes Silva; José Aragão; José Fernandes de Oliveira (Lélio); Lauro Lustosa; Luciano Garcia; Manoel Coelho de Souza Filho; Mário Monterio; Napoleão Soares Ferreira; Oscar Homem de Siqueira e Sidrack Caldas. Consta dos feitos esportivos que o América em títulos nacionais foi Vice-Campeão Brasileiro da Série B, em 1996 e Vice-campeão Brasileiro da Série C em 2005. Nos títulos interestaduais destacam-se: A Taça Norte-Nordeste em 1993 e a Copa Nordeste em 1998. Foi 32 vezes Campeão Estadual; Campeão do Torneio Inicio, várias vezes, torneio que perdurou durante muitos anos. Além desses títulos, obteve as seguintes conquistas ao longo do tempo: Taça Cidade do Natal – 11 vezes; Torneio Imprensa 2 vezes; Torneio RN/PE- (1983); Torneio Coronel Murad; Torneio Quadrangular do Maranhão; Torneio Fantasmas do Norte (1950); Torneio Municipal do Natal; Torneio Quadrangular do Natal; Torneio Qualificatório para a Série C, em 1990 e Torneio Qualificatório para Série B em 1994. Diga-se, por oportuno que o amargo decesso de 2004 para a Série C culminou numa ascensão meteórica, jamais vista no futebol brasileiro, uma vez que o clube, após conseguir o acesso para a Série B no ano de 2005, fez grande campanha em 2006, obtendo o 4 lugar na competição nacional, performance que garantiu o BRASILEIRÃO de 2007. Todas essas conquistas do América tiveram, a seu tempo, as válvulas propulsoras de inúmeros heróis. Fala-se carinhosamente que a exemplo da organização da Igreja, o América também teve os seus cardiais, pessoas abnegadas, progressistas, avançadas para o seu tempo, mas praticantes de uma linha dura quando se tratava de brigar pelos interesses do Clube. Ainda hoje ecoam nas dimensões das hostes americanas a atuação desses cardeais, representadas pelas figuras de Humberto Pignataro (recém-falecido), Humberto Nesi, Rui Barreto e Heriberto Bezerra. Esse quarteto retrata o que há de melhor na paisagem moral e social da cidade. O primeiro – Humberto Pignataro, homem empreendedor da melhor estirpe, legou aos pósteros um livro denominado “MEMÓRIA DE UM EX-PRESIDENTE”, Ed.Sebo Vermelho, Ed. 2006, onde descreve com riqueza de detalhes e inegável detalhamento histórico, não somente os relevantes acontecimentos de sua gestão porém, a bem daverdade, a saga de todos aqueles que contribuiram para o engrandecimento do sodalício, revelando as dores e as alegrias dos que têm ou tiveram a nobre missão de construir o América ao longo desses 94 anos de glórias. Sobre Humberto Pignataro asseverou o jornalista Paulo Macedo, no prefácio do livro já referido: “De mim, credito a Humberto a condução de ser o construtor de coisas boas que implantou e implementou em nossa urbe, como por exemplo, a moderna sede do América Futebol Clube, quando presidente; a aquisição de terrenos, numa belíssima visão futurista, parte desses terrenos, mais tarde vendida, serviu para pagar dívidas inadiáveis do Clube, bem assim a edificação de um campo privativo para treinamento e concentração aos jogadores. Há no livro, depoimentos de autoridades esportivas sobre o quanto esse natalense inteligente ajudou a construir e reconstruir, por vezes, o poderoso América de hoje(...)” Minhas senhoras, meus senhores, representantes do povo de Natal, se fossemos enumerar todos os construtores do América, entrariamos na tarde desta belíssima sexta-feira, dia 17 de julho de 2009, tal a numerosa galeria de abnegados de ontem e de hoje, que, muitas vezes com prejuízos de ordem pessoal, sacrificaram e sacrificam o patrimônio familiar em nome da elevação e da soberania do Clube que adotaram para amar, sofrer e exaltar. E é justamente com esse raciocínio que invocamos a galeria dos ex-presidentes que, em suas gestões, construiram os vigas-mestras do América dos nossos dias: Getúlio Soares (1 presidente/ 1915-1928); José Gomes da Costa (2 presidente); Edgar Homem de Siqueira (3 presidente); Osório B. Dantas(4 presidente); Joao Tinoco Filho (5 presidente); Afonso Ligório Pinheiro Joffili; Clóvis Fernandes Barros; Rui Moreira Paiva; Humberto Nesi; Rui Barreto de Paiva; José Rodrigues de Oliveira; Miguel Carrilho de Oliveira; Jeremias Pinheiro Filho; Murilo Tinoco de Carvalho; Heriberto Ferreira Bezerra; Humberto Pignataro; Hugo Manso; Dilermando Machado; José Vasconcelos da Rocha (1 mandato); Henrique Arnaldo Gaspar; Carlos Jússier Trindade; Fernando Nesi; Cláudio Negreiros Bezerra; Marcos Antônio B. Cavalcanti; José Maria de Figueiredo; Eduardo Serrano da Rocha; Jerônimo Câmara Ferreira de Melo; Francisco Soares de Melo; Gustavo de Carvalho e José Vasconcelos da Rocha (2 mandato, em andamento). No entender de Ortega y Gasset “os individuos, à semelhança das gerações têm destino preestabelecido do qual se não podem afastar, sob pena de censura da sociedade.” E esses bravos empreendedores do América Futebol Clube, pelo seu dinamismo, pelo amor a terra e ao seu Clube e, que somente admiração e louvores receberam e vêm recebendo do povo potiguar, especialmente da grande massa de apaixonados americanos, cuja torcida se agiganta a cada dia, a cada momento e a cada vitória. É bom ressaltar a fidelidade dessa magnífica torcida que não se abate, nem nos momentos mais difíceis. As pugnas esportivas se agigantam quando o América entra em campo. Os seus atletas, profissionais ou amadores infantis ou juvenis trazem dentro de si a chama rubra de amor ao clube às suas tradições. Há quem diga jogosamente que o homem pode mudar de tudo no transcorrer de sua existência, menos deixar de amar e torcer sofregamente pelo seu time de futebol. E com o América essa paixão se evidencia ao perpassar do tempo: “hoje América, sempre América”, brada a sua fanatizada torcida! O Dr. Fernando Nesi, americano de carteirinha desde a mais tenra idade(filho do velho e inquebrantável Humberto Nesi) em belíssimo artigo publicado no Jornal Tribuna do Norte, edição do dia 14, sob o título “História do América Futebol Clube” exulta de emoção, ao dizer que: “Escrevo para a posteridade. Viso, sobretudo a nova geração de americanos. A história do meu clube de coração será revelada aos poucos. Assumo publicamente esta heróica missão. Desejo sobretudo que os exemplos de amor, devoção e sacrifícios de dirigentes como meu saudoso pai Humberto Nesi e de outros grandes americanos sejam conhecidos, reverenciados, aclamados e respeitados por todas aquelas pessoas que militam ou não dentro do nosso desporto. Assim desejo com as graças e o poder de Deus. Nesta data festiva para todos os americanos presto uma sincera e comovente homenagem à memória do meu inesquecível pai Humberto Nesi” Na Missa de Ação de Graças realizada no América, tendo como celebrante o Padre Eugênio ( que é cidadão de Natal por outorga desta Casa Legislativa) usando da palavra, disse o torcedor Evilásio Fialho: “Na expressão do amor pelo seu clube, os torcedores americanos adicionam magia, sedução, paixão e religião, num sentimento elevado de fraternidade. Eles têm motivos e direções várias para extravazarem esses sentimentos místicos. É claro que tudo isso agrega e consubstancia, a cada dia que passa, a maravilha que se denomina torcida americana. E essa ôla envolvente congrega o fervor de profissionais liberais, magistrados, políticos, comerciários e comerciantes, autoridades públicas, homens e mulheres do povo, crianças, num deslumbrante espetáculo de pessoas simples, transformando-os em milhares de BAÉS por este RN afora. Essa chama rubra que explode e explode em pulsações fortes dá a certeza de que embora existam pedras no caminho, como frisou Drumont e este seja por vezes tortuoso, o América chegará ao lugar certo dos gloriosos, porque esse é o seu destino. A paixão rubra é latente! Atinge a todos. Alcança inclusive, aos seus servidores, aos seus profissionais que se tornam de logo fervorosos torcedores, como evidenciam os exemplos de Vécio, Souza, Moura, Júlio Terceiro. Thiago Messias e outros, que choram com as derrotas do time, todos contagiados por essa indescritível mística vermelha”. Não poderemos ao findar estas palavras de agradecimento aos senhores vereadores de Natal pelo gesto magnânimo de prestar esta homenagem ao América, pelo decurso dos seus 94 anos de existência, omitir os dias presentes da agremiação que tão bem se postam na difícil trajetória do Campeonato Brasileiro da Série B, edição 2009, deixar de enaltecer os homens de hoje, os que elevam o América nos dias hodiernos: assim nominamos e agradecemos a abnegação de Paulinho Freire, hoje vice-prefeito da Cidade do Natal, Eduardo Rocha, Alex Padang, Ricardo Bezerra, Roberto Bezerra, José Maria Figueiredo, Gustavo de Carvalho, Fernando Nési, Jussier Santos, Carlos Roberto Coelho Maia (atual Presidente do Conselho Deliberativo), Walmir Nunes (filho do valoroso e saudoso Walter Nunes), Klebet Cavalcanti de Carvalho (Diretor do Departamento Jurídico), Antônio Crispim Bezerra (Diretor Administrativo), Clóvis Emídio (Diretor de Futebol), Marcos Meira Pires (Diretor de Futebol), Marcos Cavalcanti (ex-presidente e atual Diretor Financeiro), Álvaro Fonseca de Gouveia, Josebel Sérgio Cirne, Francisco André Diogo(Curió), além das homenagens afetivas que devemos às pessoas de Erinaldo Rafael (Baé), torcedor símbolo do América e Augusto Varela dedicado líder da torcida americana, sem esquecer a dedicação e o zêlo de todo o quadro de servidores do América que, de uturnamente, desenvolvem suas atividades com o melhor amor e indescritível competência. Parece, até, que vivem a cantar: “Eu sou América e tenho orgulho de ser, porque o América em tudo é melhor. É alegria no esporte e no futebol, América! América!”. Minhas senhoras e meus senhores, desejamos concluir formulando uma homenagem especial ao atual Presidente do América, Dr. José Vasconcelos da Rocha, Zé Rocha, para os íntimos, seus familiares e admiradores. Este homem probo, dinâmico, empreendedor, sóbrio e humanista, tem conduzido o América ao ponto mais alto do respeito que um cidadão pode merecer dos seus iguais e da sociedade como um filtrar dos acontecimentos. Em defesa do interesse e do patrimônio do Clube( nos seus mais variados aspectos), Zé Rocha é capaz de romper as barreiras mais difíceis e expugnáveis. Não há portas fechadas para ele: “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena” no dizer tradicional do poeta. Para o Dr. José Rocha não há bola perdida! Parte para cima das dificuldades, tal qual atacante que entra na área do adversário para fazer o gol. É sabido e ressabido que as instituições se sobrepõem aos homens! Mas, em verdade, o atual presidente do América enobrece o sodalício. Desejamos encerrar fazendo enaltecer a todos que no passado e no presente cuidam do América. Regam o Clube. Produzem. Fomentam. Amam as cores rubras. Nada melhor diante de tudo isso do que agradecer. Nada mais cerimonial do que respeitar essa casa legislativa de históricas tradições que hoje homenageia as cores alvirubras. Enfim, nada mais sacrossanto do que invocar neste congraçamento o apóstolo João -“AMEMO-NOS, POIS O AMOR VEM DE DEUS”

Nenhum comentário:

Postar um comentário