sexta-feira, 28 de junho de 2013

COMBATE ÀS TREVAS - VI - A QUESTÃO DAS DROGAS - POR EDUARDO GOSSON E LEANDRO SAKAMOTO.

EDUARDO ANTONIO GOSSON


 Projeto de lei 7.663.
 Autor: Deputado Osmar Terra (PMDB-RS)

 Dando continuidade ao debate que venho travando com diversos interlocutores qualificados, hoje apresento/comento o projeto de lei 7.663 do deputado Osmar Terra (PMDB_RS) que qualifico de LINHA DURA – REPRESSÃO TOTAL que conta com o meu integral apoio. A humanidade só respeita a linguagem da dureza: “Está para ser votado na Câmara dos Deputados o projeto de lei 7663, de autoria do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), considerado por muitos especialistas em psicoativos como um tremendo retrocesso. Punição aos usuários, reforço do modelo manicomial de segregação e desrespeito aos direitos humanos, implantação do denuncismo vazio em escolas por suspeita de uso de drogas, aumento de penas sem um debate mais amplo. (Grifos nossos) Segue, assim, o padrão das políticas públicas brasileiras: aumentar a punição ao invés de instituir o debate e meios de prevenção. Mauricio Fiore, antropólogo, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP), é autor de diversos trabalhos sobre uso de substâncias psicoativas e um dos maiores especialistas brasileiros no tema. Pedi a ele um texto para o blog sobre o polêmico projeto: O debate sobre política de drogas teve um avanço significativo nos últimos anos. Em todo o mundo, a “guerra às drogas”, uma das piores heranças do século 20, está sendo questionada num debate que cada vez mais se distancia de dogmas e se aproxima do conhecimento científico e do paradigma da garantia dos direitos humanos. As mudanças políticas, como esperado, seguem um ritmo mais lento, mas, no Brasil, esse descompasso é dramático. Quem acompanha o tema mais de perto não tinha expectativas sobre debates profundos que viessem do nosso Legislativo. Eis que, instigados ainda pela visão bélica do “combate às drogas”, parlamentares constituíram uma Comissão Especial, a CEDROGA, que durante os anos de 2011 e 12, agrupou os projetos de lei existentes no PL 7663, de autoria do deputado Osmar Terra- PMDB/RS.(Grifos nosso) Enfim, de onde não se esperava muitos avanços, veio a ameaça de um retrocesso. Sem um debate qualificado, o projeto avançou rápido e está para ser votado em regime de urgência no plenário da Câmara dos Deputados. Seus autores não se mostraram abertos ao contraponto, o que se exemplificou na reação do seu relator, o deputado Gilvaldo Carimbão (PSB-AL), às críticas do Conselho Federal de Psicologia: “O Conselho Federal de Psicologia é um assassino de dependentes de drogas”. O texto da lei é longo e confuso, com muitas imprecisões conceituais e ambiguidades que certamente serão alvo de batalhas judiciais. Vou me deter apenas em dois pontos do projeto que considero muito delicados. 1) Reforço do modelo manicomial O projeto pretende criar um “Sistema Nacional de Política de Drogas” que seria responsável por controlar todas as políticas do tema nas diversas esferas do Estado. Ele ignora que os aspectos relacionados à saúde pública devem estar em consonância com os marcos do Sistema Único de Saúde (SUS) e, portanto, de sua Política de Atenção à Saúde Mental. Ao legislar sobre internação de usuários e dependentes de drogas – essa confusão aparece o tempo todo no projeto – o PL 7663 retira os transtornos mentais associados às substâncias psicoativas da Lei 10216/2001, criando uma duplicidade desnecessária, mas cujo objetivo é colocar ênfase na aceleração das internações como modelo de tratamento. Ele também torna muito mais rápido o processo de internação à força, último e emergencial recurso na assistência aos dependentes. Além de ignorar o necessário aperfeiçoamento da rede de atenção psicossocial, o projeto tem como pressuposto que o poder público e o SUS não conseguirão responder à demanda por internações, abrindo a possibilidade de financiamento para clínicas e comunidades terapêuticas privadas. A diversidade dessas instituições é grande, sendo perigosa a generalização. O importante é que não há pesquisa ou literatura sobre a eficácia de seus tratamentos e há muitos indícios que elas reproduzam o trágico modelo manicomial de segregação e desrespeito aos direitos humanos. Ao eleger a internação como centro da política pública para atendimento aos dependentes, a proposta parte de pressupostos questionáveis, como estabelecer um período máximo de 180 dias nessas instituições. Qual a justificativa desse número? Embora o projeto dedique muita atenção às exigências de controle e verificação dessas instituições, não há um parâmetro claro sobre com essa eficácia será medida e avaliada. Num detalhe: o projeto revela seu objetivo de acelerar a internação coletiva à força que temos assistido no Rio de Janeiro e em outras cidades. Prevê que um “servidor público” pode, na ausência da família, requerer a internação, que deve ser respaldada por um médico. Abra-se o caminho, assim, para o contraditório “acolhimento compulsório” de moradores de rua e para a perversa associação entre assistência social e higienismo urbano. 2) Recrudescimento da criminalização e do encarceramento O tráfico de drogas é o segundo maior encarcerador no Brasil e, como o ritmo de prisão por esse crime cresce mais que os outros, ele deve ocupar, em breve, o primeiro posto (que já detém no caso das mulheres). Pesquisas demonstram que a maior parte dos detidos por tráfico foram flagrados com pouca quantidade de drogas e sem arma de fogo, são jovens, pobres e respondem presos ao processo (decisão já condenada no STF, mas comumente ignorada nos tribunais estaduais). Hoje, a lei já prevê uma pena dura - mínimo de 5 e máximo de 15 anos -próxima, portanto, daquelas previstas para estupro e homicídio. Encarcerados num sistema prisional “medieval” - palavras do Ministro da Justiça - as dificuldades de inserção desses jovens no mercado de trabalho se multiplicam. O PL 7.663 parte do princípio que esse encarceramento é insuficiente. Aumenta a pena mínima para tráfico de drogas para 8 anos e eleva as penas mínimas para todos os crimes relacionados ao tráfico, como, por exemplo, o de informante. No caso de um jovem flagrado soltando rojão para alertar “traficantes” sobre a presença da polícia, prática punida hoje com pelo menos dois anos de prisão, terá pena mínima de 6 anos, equivalente à do estupro.(Grifos nossos) Ainda há mais: a pena para tráfico pode ser aumentada em dois terços caso envolva “mistura de drogas” que potencializem o risco de dependência, atingindo 25 anos.(Grifos nossos) Nesse caso, essa conceituação sem nenhum critério científico tem como alvo claro o crack, apostando na ideia de que se deve combate a todo custo uma“epidemia” até hoje não demonstrada objetivamente. Os EUA passaram a punir mais rigorosamente o tráfico de crack nos anos 1980 e o resultado foi uma enorme contribuição para que se tornasse o maior encarcerador mundial, com super-representação de pobres e de minorias étnicas. Essa política vem sendo paulatinamente abandonada por lá, mas ressurge como “solução” por aqui. O projeto ignora a diferenciação mais clara entre o uso e o tráfico de drogas e dá tratamento semelhante a qualquer tráfico, inclusive o pequeno e não violento, um dos maiores equívocos da lei atual. Reforça, ainda, algumas das sanções previstas para os penalizados por uso, dobrando o tempo de suas sanções, além de acrescentar outras, como a “restrição de direitos relativos à frequência a determinados lugares ou imposição ao cumprimento de horários”. Caso aprovada, a lei levará a mais encarceramento cego por um crime não violento e continuará fracassando no seu pretenso objetivo, que é a diminuição de oferta e da demanda de drogas ilícitas. Muitos outros pontos poderiam ser questionados no PL 7.663, como o artigo que obriga as escolas a notificar compulsoriamente “suspeitas” de uso de drogas.(grifos nossos) Todas elas apontam para a falta de um debate profundo e democrático na construção do projeto e para a aplicação da lógica de guerra às drogas na elaboração de leis e políticas públicas, cada vez mais percebidas internacionalmente como injustas e fracassadas. Parece desalentador ter de lutar para que não haja retrocesso, enquanto poderíamos discutir avanços. Mas esse pode ser um momento no qual a participação e o engajamento nesse debate contaminem a ação dos parlamentares e dos seus partidos, presos no discurso moral e inócuo do “combate às drogas”. 

 (24.03.2013)

"DO PICADEIRO AO CÉU: O RISO NO TEATRO DE ARIANO SUASSUNA" - AUTORIA DO ESCRITOR PAULO CALDAS NETO - AUTOGRAFADO ONTEM, 27-06, NA LIVRARIA NOBEL DA AV. SALGADO FILHO.


 
O AUTOR DA NOITE - PAULO CALDAS NETO
VALE A PENA UMA VISITA À LIVRARIA NOBEL
A AGRADÁVEL SALA DO CAFÉ E AUTÓGRAFOS
REPRESENTANTES DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES.
ESCRITOR ALUÍZIO AZEVEDO ANUNCIARÁ BREVE, A DATA DOS SEUS AUTÓGRAFOS.
LEITORES
ALUIZIO AZEVEDO, PROPRIETÁRIO DA NOBEL, COM LIVRO NO PRELO, ACOMPANHADO DE VÁRIOS LEITORES
O AUTOR DÁ UM BANHO DE SABEDORIA SOBRE O RISO E AUTORES BRASILEIROS E ESTRANGEIROS QUE SE REPORTARAM AO RISO EM DIVERSOS CONCEITOS- UM MOMENTO ETERNO!
ESCRITORES
POETISAS LÚCIA HELENA E AGSLENE
A LIVRARIA NOBEL DA AV. SALGADO FILHO RECEBEU MUITOS LEITORES DE PAULO
 
PAULO CALDAS AUTOGRFANDO SEU LIVRO ESPETACULAR
O AUTOR E SEUS LEITORES
O AUTOR, COM DOIS LIVROS, UM DE ONTEM E O OUTRO DE 2012.
A NOITE DO RISO
SUZANA, LÚCIA HELENA E PAULO QUE ESCREVEU NA CONTRA-CAPA DO LIVRO.
CONFRADES DA UBE/RN:LÚCIA HELENA, SUZANA, O AUTOR, PAULO DUMARESQUE E ALEXANDRE ABRANTES, REPRESENTANDO, TAMBÉM, O PRESIDENTE EDUARDO GOSSON.
E MAIS AUTÓGRAFOS
MUITOS FÃS
OS FÃS NÃO PARAVAM
ESCRITORES E CORDELISTA
AUTÓGRAFOS
AUTÓGRAFOS
 
ALUÍZIO AZEVEDO DÁ AS BOAS VINDAS
AUTÓGRAFOS

AUTÓGRAFOS
PRESENÇAS ILUSTRES NOS AUTÓGRAFOS DE PAULO CALDAS
LEITORES E AMIGOS
 
PRESENÇA DE AMIGO
 
LEITORES QUERIDOS
PAULO, ALEXANDRE, ZÉ  MARTINS, AGSLENE E OZANY
PAULO, ALEXANDRE E ZÉ MARTINS


quinta-feira, 27 de junho de 2013

sábado, 22 de junho de 2013

COMBATE ÀS TREVAS – V (A QUESTÃO DAS DROGAS-VISÃO DERROTISTA) - POR LUIZ EDUARDO SOARES.


EDUARDO ANTÔNIO GOSSON
LUZ EDUARDO SOARES
COMBATE ÀS TREVAS - V (A QUESTÃO DAS DROGAS-VISÃO DERROTISTA) 

Por Luiz Eduardo Soares TN - 22 de Julho de 2012.
   Os últimos 30 anos da história ocidental comprovam que é "impossível" combater o tráfico de drogas, diz o antropólogo Luiz Eduardo Soares, ao narrar o envolvimento do brasileiro Ronald Soares com as drogas, no seu recente livro, "Tudo ou nada" (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012). "Não se trata de uma opinião, mas de constatação empírica", declara à IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail. Segundo ele, foram gastos "bilhões de dólares na guerra contra as drogas e o tráfico vai muito bem, obrigado. O lucro permanece, a demanda se mantém mesmo nos países que possuem as melhores polícias e os mais sofisticados mecanismos de controle, como os Estados Unidos". Soares explica que alguns fatores viabilizam a expansão do tráfico de drogas, como a criminalização e "a proibição, sem a qual não poderia realizar-se esse comércio em condições tão lucrativas e tão predatórias para o consumidor". Diante dessa conjuntura, o ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro questiona: "Ora, se esse é o fato e se é impossível revogá-lo, a interrogação racional deixa de ser 'deve-se ou não permitir o acesso' para formular-se nos seguintes termos: 'Em que contexto institucional-legal seria menos mal que tal acesso ocorresse? O contexto em que drogas fossem questão relativa à polícia e prisão, isto é, à Justiça criminal? Ou o contexto em que drogas fossem matéria de educação e saúde, cultura e autogestão social?" E dispara: "Resta-nos superar preconceitos e ignorância, e adotar vias alternativas. O pior flagelo, entre as drogas, são o álcool e a nicotina. Mesmo assim, ninguém está propondo, felizmente, sua proibição". Na entrevista a seguir, Luiz Eduardo Soares antecipa a história do brasileiro Ronald Soares, preso em Londres por associação ao tráfico de drogas, e posteriormente no Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, apontando as diferenças e aproximações entre os sistemas penitenciários. "Ambas são destrutivas, mostrando que a privação de liberdade representa, sempre, uma degradante violência estatal", assegura. Luiz Eduardo Soares é mestre em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional-UFRJ, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, e pós-doutor em Filosofia Política pelas universidades de Virgínia e Pittsburgh. Foi fundador e primeiro coordenador do Núcleo de Pesquisas sobre Violência do Instituto de Estudos da Religião - ISER em 1991, onde desenvolveu várias pesquisas até janeiro de 1995. Entre janeiro e outubro de 2003, Luiz Eduardo Soares foi secretário nacional de Segurança Pública. Foi também subsecretário de Segurança Pública e coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania no governo de Anthony Garotinho, entre janeiro de 1999 e março de 2000. Foi professor da UERJ e da Universidade Cândido Mendes. É autor de onze livros, entre eles Meu casaco de general: 500 dias no front da segurança pública do Rio de Janeiro (São Paulo: Companhia das Letras, 2000), Pluralismo cultural, identidade e globalização (Rio de Janeiro: Record, 2001) e Elite da tropa (Rio de Janeiro: Objetiva, 2005), este escrito com Rodrigo Pimentel e André Batista. Atualmente é coordenador do curso de especialização em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá. Confira a entrevista. A partir da história de Ronald Soares, que tinha um futuro promissor, o que motiva e fomenta o tráfico internacional de drogas? Todo negócio, legal ou ilegal, é motivado pela busca do lucro e é viabilizado pela existência de oferta e demanda. No caso do tráfico, o fator que fomenta é a proibição sem a qual não poderia realizar-se esse comércio em condições tão lucrativas e tão predatórias para o consumidor. No livro mostro que cada tonelada que sai da selva colombiana é multiplicada por seis até o varejo, na Europa. Esse análogo perverso do "milagre dos pães" resulta da mistura das mais diversas e nocivas substâncias à cocaína pura. Sabe-se, aliás, que tais substâncias são muito mais lesivas do que a coca. Que fatores favorecem a comercialização de drogas atualmente? Por que o tráfico de drogas é um dos mais difíceis de ser combatido? O que favorece, ou melhor, torna possível a existência dessa rede ultralucrativa chamada tráfico de drogas tal como ela se dá é a sua criminalização. Combater o comércio de drogas não é difícil: é impossível. Pelo menos em contexto político não totalitário. Não se trata de uma opinião, mas de constatação empírica. Basta observar o que ocorreu nos últimos 30 anos no mundo ocidental. Foram gastos bilhões de dólares na guerra contra as drogas e o tráfico vai muito bem, obrigado. O lucro permanece, e a demanda se mantém mesmo nos países que possuem as melhores polícias e os mais sofisticados mecanismos de controle, como os Estados Unidos. 30 anos não são suficientes para revelar uma realidade e confirmar um diagnóstico? Vamos continuar fazendo mais do mesmo? (grifos nossos) Qual, então a resposta para estas perguntas que o senhor levanta? Quanto à pergunta sobre a razão da dificuldade (ou impossibilidade, fora dos totalitarismos) de reprimir, posso responder com outra indagação: por que os EUA venceram a guerra-fria? Entre os motivos, destaca-se a inviabilidade de anular o mercado quando há demanda e oferta. Pode-se disciplinar o mercado, regulamentá-lo, domesticá-lo e circunscrevê-lo, submetendo-o a regras etc. Porém, suprimi-lo é um objetivo insustentável. Na economia das drogas ilícitas, aplica-se o mesmo princípio. Eis a evidência: o acesso às drogas ilegais é uma realidade em toda sociedade não totalitária industrializada. Ora, se esse é o fato e se é impossível revogá-lo, a interrogação racional deixa de ser "deve-se ou não permitir o acesso" para formular-se nos seguintes termos: "Em que contexto institucional-legal seria menos mal que tal acesso ocorresse? O contexto em que drogas fossem questão relativa à polícia e prisão, isto é, à Justiça criminal? Ou o contexto em que drogas fossem matéria de educação e saúde, cultura e autogestão social? A primeira via tem sido experimentada pelo Brasil com resultados trágicos: o consumo de drogas não declina, o tráfico prospera, alimentando o negócio de armas, a corrupção policial e gerando mortes e violência, enquanto as prisões acumulam jovens pobres, com baixa escolaridade, em sua maioria sem vínculo com armas ou organizações criminosas e sem praticar violência. Essa via tem se mostrado inequívoco desastre. Resta-nos superar preconceitos e ignorância, e adotar vias alternativas. O pior flagelo, entre as drogas, são o álcool e a nicotina. Mesmo assim, ninguém está propondo, felizmente, sua proibição. Em que sentido pode-se dizer que o tráfico de drogas é um dos pilares da violência urbana? Quanto ao tráfico ser um pilar da violência, parece-me que sim, porque sua dinâmica movimenta lucros que se aplicam parcialmente em armas, as quais servirão para vários propósitos, sempre destrutivos. Ou seja, o tráfico de drogas é uma fonte de financiamento do tráfico de armas e um indutor de práticas violentas, nas disputas por mercado e com as polícias. Como são os bastidores desse mundo quase desconhecido, do tráfico internacional de drogas? O livro mostra como funcionam esses bastidores. Claro que há muitas estruturas diferentes e muitos métodos distintos para levar diversos tipos de drogas de um ponto a outro do planeta. O que a biografia do personagem real permite descrever é o transporte de algumas toneladas, todo ano, por mar, da Colômbia à Inglaterra, passando pela selva e pelo Caribe. Como isso é feito... bem, não teria como resumir. Há mil e um aspectos e detalhes, os quais, no livro, se convertem em suspense e aventura. Não gostaria de estragar o prazer da leitura. Se o livro tem valor, ele deve seduzir, emocionar, encantar os leitores e surpreendê-los a todo o momento. Não precisei ser imaginativo para alcançar esses objetivos ambiciosos. Bastou ser fiel à realidade. Como a questão da violência aparece intrinsecamente na história de Ronald Soares? Ronald nunca pegou em armas e sempre abominou a violência. Isso não o isenta, entretanto, de responsabilidades, porque o tráfico, mesmo quando praticado como um grande negócio empresarial, está ligado a máquinas de morte. Numa ponta está a inteligência asséptica; na outra, a brutalidade letal. Tratar de um lado sem olhar para o outro reduz o sentimento de culpa, mas não anula a responsabilidade. Eu mostro no livro como funciona a máquina de morte, na contramão das intenções e do pendor do biografado. Como a experiência do aprisionamento modificou o jovem Ronald? Em que sentido o cárcere transforma o sujeito? Muito jovem, recém-saído da universidade, o economista brilhante fez fortuna e aderiu à idolatria yuppie do mercado, em sua acepção darwiniana, competitiva, individualista e feroz. Entretanto, esse caminho significava uma traição aos sonhos hippies de adolescência, nos quais o ideal era a valorização da paz e do amor, do hedonismo e da natureza. Diante de uma dramática desilusão amorosa, que o joga numa tremenda depressão, Ronald toma consciência de que estava traindo a si próprio ao abandonar suas utopias, assim como fora traído pela belíssima esposa e pelo melhor amigo. Decide, então, abandonar a fortuna que conquistara, comprar um veleiro e lançar-se ao mar. Navega pelos oceanos por dez anos, no fim dos quais acaba se aproximando do cartel de Cali, por labirintos existenciais quase inverossímeis. E aí começa a fase negativa de sua vida, que o conduzirá a celas claustrofóbicas, a uma condenação na Inglaterra a 24 anos de prisão. O biografado foi submetido ao julgamento mais longo da história inglesa: 14 meses. Por ter tentado uma fuga cinematográfica, foi classificado como o preso mais perigoso da Inglaterra e permaneceu em penitenciária de segurança máxima, sozinho. Enfim, foi transferido para o Brasil e cumpriu o final da pena em Bangu. Esteve perto da loucura, sofreu alguns abalos psíquicos gravíssimos, mas conseguiu sobreviver e restaurar a lucidez. Hoje, livre, reconstruiu sua vida, trabalha e se dedica aos filhos, que jamais o abandonaram e que constituíram, conforme ele mesmo diz, a grande usina de energia na qual alimentou sua resistência à loucura e aos sofrimentos. Quais foram as diferenças fundamentais entre os períodos de encarceramento em Londres e no Rio de Janeiro? Em que aspectos os sistemas prisionais dessas duas cidades diferem e se aproximam? Na Inglaterra, as instituições penitenciárias são rigorosamente regidas pela legalidade, ninguém toca a mão em um preso, nem o agride verbalmente. As celas são tão limpas quanto salas cirúrgicas. No entanto, seu poder de destruição mental é devastador, por uma série de mecanismos sutis que descrevo no livro. No Brasil, impera a imundice, a promiscuidade, as violações aos direitos, o desrespeito à Lei de Execuções Penais. Ambas são destrutivas, mostrando que a privação de liberdade representa, sempre, uma degradante violência estatal. Por isso deveríamos recorrer a esse expediente apenas em casos extremos, que envolvam violência e impliquem riscos para inocentes. Casos para os quais não conhecemos, ainda, infelizmente, qualquer alternativa realista (grifos nossos).

sexta-feira, 21 de junho de 2013

DO PICADEIRO AO CÉU: O RISO NA OBRA DE ARIANO SUASSUNA - SEGUNDO LIVRO DO ESCRITOR PAULO CALDAS NETO.


EDUARDO GOSSON - PRESIDENTE DA UBE/RN
 
PAULO CALDAS NETO

 DO PICADEIRO AO CÉU: O RISO NA OBRA DE ARIANO SUASSUNA

 AUTOR: PAULO CALDAS NETO

 DATA: 27 DE JUNHO DE 2013 
 HORA: 18 h 
LOCAL: LIVRARIA NOBEL, EM FRENTE AO HOSPITAL WALFREDO GURGEL 
 EDITORA: NAVE DA PALAVRA DA UBE/RN 

R$ 40,00 Coleção Deífilo Gurgel (ENSAIO), vol. 2, “Dividido em duas partes, a obra apresenta na primeira,a essência do riso em Suassuna e as suas relações estéticas, remetendo a teóricos da notoriedade de Henri Bergson, Jolles, Sigmund Freud e Vladímir Propp. 
Em um segundo momento, Paulo Caldas foca seu estudo na teoria do pensador russo Mikhail Bakhtin, relacionando o riso suassuniano com os folguedos populares.
 Fechando o livro, o autor examina a importância do tema em questão - o riso em Suassuna - para a cultura brasileira, refletindo sobre seu papel no contexto sociocultural do país.

terça-feira, 18 de junho de 2013

ESCRITOR BARTOLOMEU CORREIA DE MELO, POR INICIATIVA DE EDUARDO GOSSON, PRESIDENTE DA UBE/RN, TEVE MUITAS HOMENAGENS PELA PASSAGEM DE DOIS ANOS DO SEU ENCANTAMENTO, EM 18-O6-2013!

O CELEBRANTE MINISTRANDO A MISSA.


BARTOLOMEU CORREIA DE MELO
MARIA VERÔNICA MARQUES DE MELO
AUTOGRAFANDO OS LIVROS DO MARIDO.
EDUARDO GOSSON, VERÔNICA E LIVIO OLIVEIRA
DURANTE A CELEBRAÇÃO DA MISSA NA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS.
DURANTE A CELEBRAÇÃO DA MISSA PELOS DOIS ANOS DE FALECIMENTO DE BARTOLOMEU
OS UBEANOS: MANOEL MARQUES FILHO, MANOEL ONOFRE, ORMUZ SIMONETTI, EDUARDO GOSSON E JOÃO BATISTA DE ARAÚJO.
ANA CLÁUDIA, A PRIMOGÊNITA DO CASAL, COM SEUS FILHOTES.
RUTH HELENA E SUA LINDA FILHA. RUTH, A CAÇULA DE BARTOLA E VERA.
AO CENTRO, BRENO LUÍS, FILHO DE BARTOLA E VERA E OUTROS PARENTES
MARIA VERÔNICA AUTOGRAFANDO OS LIVROS DE BARTOLA.
VERÔNICA E OS IRMÃOS.
VERÔNICA LADEADA PELOS IRMÃOS, CUNHADA  E FILHA
LÚCIA HELENA, GEYSA E ORMUZ SIMONETTI, CARLOS GOMES E THEREZA, IVAM PINHEIRO E VERÔNICA
ALEX GURGEL, MANOEL MARQUES, MIZAEL, IVAM PINHEIRO E VERÔNICA
VERÔNICA E LÚCIA HELENA
AS MANAS MARGÔ E VERONICA
OS POETAS IVAM PINHEIRO E LÚCIA HELENA
VERÔNICA E O NETINHO
MANOEL ONOFRE JÚNIOR EM BREVE PRONUNCIAMENTO SOBRE BARTOLA
VERÔNICA E SUA ETERNA CALMA, SORRINDO, AUTOGRAFANDO "MUSA CAFUZA", ONDE  BARTOLA LHE DEDICA BELÍSSIMO  POEMA.
PARENTES E AMIGAS DE VERÔNICA

MANOEL MARQUES, MANOEL ONOFRE, ORMUZ E EDUARDO PRESTANDO O SEU BELO DEPOIMENTO
O FILHO VARÃO DE BARTOLA E VERA, MEU QUERIDO BRENO LUÍS
SUELY GOSSON E LÚCIA HELENA
MANOEL ONOFRE E EDUARDO
SELMA ARAÚJO E A QUERIDA AMIGA
MARGÔ E A VIÚVA DE MÁRCIO PACHECO, NOSSA QUERIDA ROSINHA
BRENO LUÍS E TIA LÚCIA
HUMBERTO MUNIZ DANTAS E EDUARDO GOSSON
MANOEL MARQUES NETO E  LÚCIA HLENA
BUFFET "AROMA DE CAFÉ" E DELICIOSOS SUCOS E FRUTAS.
MÃOS QUE AUTOGRAFARAM A NOITE TODA E AMANHÃ, DENTRO DA PROGRAMAÇÃO DA SEMANA BARTOLOMEU CORREIA DE MELO, MAIS AUTÓGRAFOS, NO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DA UFRN.
"MINHA DOCE E QUERIDA NAMORADA;
HOJE, O MAIS BELO VERSO DE AMOR,
PELO QUE SINTO, DIRÁ QUASE NADA,
EU MAIS AMANTE DO QUE TROVADOR..."

DE BARTOLA PARA A SUA MUSA, COM UEM VIVER 44 ANOS.
UM LIVRO ONDE BARTOLA TECE PALAVRAS SOBRE OS ENGENHOS DO VALE, SOBRE OS PAIS, OS FILHOS, SOBRE ESCRITORES DILETOS E DERRAMA O MEL DA SUA GRANDE SABEDORIA, NUMA REFINARIA DE AÇÚCAR SÓ DE AFETOS.