segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O OUTONO DA VIDA - AUTORIA DE SILVIO CALDAS

O OUTONO DA VIDA


Filósofos, poetas e alguns menos cotados tentam explicar a vida por etapas, chegando mesmo a querer compará-la às estações do ano. Assim, acostumamo-nos a festejar, ao início da jornada, em primaveras. Mas chega a um ponto que começam a escrever sobre “o outono da vida”. Como não sou filósofo, mas sendo um aprendiz de poeta que gosta de filosofar por conta própria, prefiro raciocinar que o outono da vida começa quando cada pessoa quer assumir essa estação. Conheço muitos jovens que já nascem velho, sem ideia, sem esperança, sem fé, sem espírito de luta. Já começam no fim. Estes, sim, vivem a vida inteira o outono da vida. Outros - podem até os menos avisados classificar-lhes de velhos - nascem e morrem jovens, não importa a idade cronológica que ostentem nem os percalços que a vida lhe ofereça. São pessoas que carregam em si sempre uma nova idéia, um novo recomeço, que jamais perdem a esperança e que se alimentam de fé. São os lutadores. Por mais que caiam, levantam-se e recomeçam como se nada conseguisse atrapalhar-lhe os passos. Quando morrem, só morrem materialmente, pois continuam vivos na memória dos que os conheceram. Caem de pé, como as grandes árvores, mas antes de cair jogam suas sementes para que a terra germine novas e frondosas árvores. Por isso mesmo não aceito que se proclame para os mais velhos, o rótulo de “outono da vida”. Depende de cada um que se assuma velho. Prefiro acreditar que a vida é uma eterna primavera, não importa a idade nem o tempo de vida. O tempo, como diria o poeta, “é eterno enquanto dura”. Viva, pois, a primavera da vida!

Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com.br)

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