sexta-feira, 6 de abril de 2012

QUANDO O CRIMINOSO É MAIOR DO QUE O CRIME - AUTOR: SILVIO CALDAS.

SILVIO CALDAS

Quando o criminoso é maior do que o crime
Autor: Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com.br)



A meu ver certos crimes deveriam ser punidos em dobro, dependendo da área de atuação em que o criminoso atua.

Por exemplo: não se pode esperar de um sacerdote, ou de um pastor, ou seja lá de quem for que use a religião por profissão que venha a cometer os crimes que combatem, perante os fiéis.

Um médico, que fez o juramento de Hipócrates, jamais poderá ser um mercador da saúde. Não se pode compreender, por exemplo, que um médico seja sócio de uma farmácia de medicamentos. Do mesmo modo, um oftalmologista não pode ser sócio de uma loja que vende óculos. Tudo isso é intuitivo e tem previsão legal.

O mesmo raciocínio é válido para os profissionais que têm obrigação de proteger as leis, como juízes, policiais, dentre outros.

Nem sei como concluir os comentários acima. Acho que estou chovendo no molhado.

Mas o comentário acima adveio da reflexão sobre o nefasto comportamento do senador Demóstenes Torres.

Demóstenes, por sua postura de inquisidor implacável, colocou-se naquela rara galeria de políticos acima de qualquer suspeita. Procurador profissionalmente competente, político duro, com uma aparência de seriedade de causar inveja a um bode embarcado, eis que agora se vê envolvido numa série de suspeitas e perigosas ligações com um dos mais conhecidos pilantras da jogatina ilegal do país.

Ninguém pode evitar, por exemplo, que um ex-colega de turma, ou um amigo de infância, venha a se tornar um marginal. Mas continuar convivendo com ele em homenagem à antiga amizade, aí é diferente. Quanto mais quando essa amizade já nasce quando a gente é conhecedor das atividades de determinado marginal.

Tenho para mim que o senador Demóstenes surpreendeu até os parentes e amigos mais chegados a ele. Um terrível vexame.

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