terça-feira, 20 de março de 2012

DR. ONOFRE, O INFORTÚNIO - POR SILVIO CALDAS.

DR. SILVIO CALDAS
DR. ONOFRE LOPES DA SILVA JÚNIOR
DR. ONOFRE, O INFORTÚNIO
Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com.br)



Como bem lembrou o doutor Ney Lopes em judicioso artigo no Jornal de
Hoje, o doutor Onofre Lopes levou a vida a salvar vidas. Mas agora,
por ironia do destino, foi obrigado a tirar uma vida. É bem verdade
que em defesa própria e de sua esposa, mas de qualquer modo, para um
homem ético e cumpridor de seus deveres, o fato a que foi obrigado a
se envolver naturalmente lhe tirou o sono, pois o ato praticado por
ele contraria a natureza e o caráter de que é forjado. Herança
genética (filho do grande Onofre Lopes) e de uma prática profissional
vivida ao longo de décadas.

Sei que deve haver por aí alguns espíritos de porco a querer apurar a
quantidade de tiros desferidos pela arma do doutor Onofre em defesa
própria e de outrem (no caso, a esposa). Aliás, não sei como a Justiça
vai encarar juridicamente a tragédia. Se interpretá-la como em
legítima defesa, tudo bem! No entanto se interpretar como excesso de
defesa, o facultativo de outrora, hoje ancião e aposentado, terá que
enfrentar o júri popular e suas consequências psicológicas.

De uma coisa eu sei: se é verdade que é de se lamentar a morte de
qualquer ser humano, notadamente em circunstâncias trágicas, como foi
o caso do facínora, também é verdade que o doutor Onofre Júnior já foi
punido pela própria consciência, pois um homem de bem como ele sempre
o foi, a vida inteira, levará consigo até a consumação dos dias
questionamentos (deve estar sem entender, até hoje), porque Deus lhe
deu tão ingrato destino.

Creio que resta a nós humanos e que conhecemos a vida e a obra do
doutor Onofre prestar-lhe a nossa solidariedade e um conforto
merecido.

Quanto ao bandido que afinal foi o causador objetivo da tragédia, que
Deus se apiede dele também e de seus familiares.

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