domingo, 25 de março de 2012

CHANTAGEM POLÍTICA? POR SILVIO CALDAS.

SILVIO CALDAS

Chantagem política?

Autor: Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com.br)



O ex-presidente Fernando Collor reconheceu, há anos, que um dos
principais motivos do seu impeachment foi o seu distanciamento do
Poder Legislativo. Ou seja, tivesse ele sido menos arrogante, vaidoso
e distante, as traquinagens do seu assessor PC Farias, de fato, não
teriam passado de um pequeno pecado venial, de menor importância, se
quisermos comparar com os rombos atuais a partir do chamado mensalão.

A propósito, quem culminou com a derrota de Collor não foi nem a
atuação do famoso PC, e sim, a compra daquele carrinho (Elba) de modo
irregular. Ali foi a gota d’água. Imagine!

De fato, se compararmos os desmandos contra o Erário de Collor e PC
Farias com os ladrões atuais, os primeiros são uns santos.

Mas minha preocupação é em relação à presidenta Dilma. Ou seja, sua
falta de entendimento (a mesma que Collor teve) em relação às casas
legislativas do nosso País. Considerando que há rachaduras (leia-se
insatisfeitos, até no próprio partido governista), é preciso que ela
tome muito cuidado em relação às próximas medidas envolvendo o Poder
vizinho, principalmente tendo em vista o seu principal aliado que é o
PMDB.

Um bom exemplo para reflexão é a saída abrupta do Partido Republicano
das hostes governistas (sete Senadores, ou seja, praticamente dez por
cento do Senado), que debandou-se para a oposição, não por motivos
ideológicos ou filosóficos, ou mesmo políticos. Motivo declarado: a
presidenta Dilma “demorou” em nomear o novo Ministro dos Transportes e q
ue tinha que ser, necessariamente (?) daquele partido. A meu ver, j
ustificativa pífia e que cheira a traição.

É preciso que a Presidenta estude a história recente do País, mesmo
porque, nos anos pósteros da cassação de Collor o que vimos foi uma
verdadeira enxurrada de cassações por corrupção de muitos que se
perfilaram nas tribunas das duas casas legislativas para justificar,
com a moral de uma vestal, o voto com que pretendiam dar lição de
moral. Eles, também, que não tinham moral para cassar ninguém.

O Brasil não merece passar por nova crise política daquela dimensão.

Aliás, outro assunto que deve ser examinado com muito cuidado é esse
da tentativa de enquadrar criminalmente o famoso major Curió. Talvez
seja melhor concentrar as forças atuais para tentar acabar com a
corrupção das licitações, notadamente em relação à área da saúde.
Assuntos para outras leras.

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